Óleo de coentro mostrou ação antitumoral mais potente que quimioterápico de mercado

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Pesquisadores descobriram mecanismo pelo qual muitas moléculas de óleos essenciais, como o linalol, agem provocando efeito prooxidante e mortal em tumores e ação inversa, antioxidante e regenerativa em células saudáveis. E observaram efeito mais potente e sem danos colaterais do linalol frente a tumores que o quimioterápico ciclofosfamida.

O óleo essencial obtido das sementes do coentro é rico em linalol, uma molécula comum em muitos outros óleos, como manjericão, lavanda e pau rosa. Cientistas indianos resolveram realizar um estudo para avaliar comparativamente qual substância seria mais eficiente contra tumores, se o linalol do coentro ou a ciclofosfamida. A ciclofosfamida é um remédio usado no tratamento do câncer que atua impedindo a multiplicação e ação das células malignas no organismo. É também muito usado no tratamento de doenças autoimunes por ter propriedades imunossupressoras que diminuem o processo inflamatório no corpo. É o princípio ativo de um medicamento conhecido comercialmente como Genuxal, e possui fortes efeitos secundários ao seu uso, como hepatotoxicidade, repressão imunológica pela supressão da medula óssea, etc.

O Sarcoma S-180, também conhecido como tumor de Crocker é originado de tecido conjuntivo e foi o escolhido para este estudo comparativo. In vitro e in vivo as informações sugerem que a indução ao estresse oxidativo pode ser responsável pela atividade anti-câncer do linalol. Contudo, diferente da ciclofosfamida, o linalol não induziu a supressão da medula óssea ou causou hepatotoxicidade em camundongos (as enzimas hepáticas de ação antioxidante/anti-estresse e a histopatologia do fígado mantiveram-se normais). Nesta pesquisa, interessantemente o tratamento com linalol foi significativamente mais eficiente que o tratamento com a ciclofosfamida tanto em termos de tamanho do tumor, peso e contagem de suas células. O linalol matou mais células tumorais que o quimioterápico testado.

Mas exatamente como uma molécula de óleo essencial, neste caso o linalol, pode fazer isso tudo?

Os cientistas investigaram o efeito do linalol na expressão de duas proteínas que regulam a resposta oxidativa ao estesse, a Nrf-2 e a p21,. A p21 é conhecida por interagir diretamente com a Nrf2 e ativá-la.

Quando o corpo é jovem e saudável ele consegue cuidar do equilíbrio entre dano celular, reparação e rejuvenescimento. Uma forma como o corpo se encarrega de reparação de danos é sinalizar a geração de enzimas antioxidantes ou genes de sobrevivência através de algo conhecido como a via Nrf2. A NRF2 tem sido descrita como o guardião da longa vida. Ele protege o corpo contre doenças, envelhecimento e mau funcionamento.

Já a p21 é considerada uma proteína supressora de tumores devido à sua função e intercooperação com a proteína p53 (considerado como o “guardião do genoma”, é uma proteína que evita a propagação de células geneticamente defeituosas).

Bom, o linalol foi capaz de modular a expressão da proteína Nrf-2 no fígado (importante para seu reparo) e nos tumores, mas de forma totalmente distinta. Os cientistas descobriram que no fígado e células saudáveis, o linalol, de maneira seletiva e inteligente, aumentou a expressão da Nrf-2 e da p21, enquanto o efeito inverso ocorreu em tumores. Lembre-se que falamos que a Nrf-2 é uma proteína sinalizadora celular que leva as células à sua regeneração e rejuvenescimento. Se no tumor a Nrf-2 é inibida, ele entra em apoptose, ou seja, se mata!

A ciclofosfamida, o quimioterápido de mercado, por outro lado, diminui a expressão da Nrf-2 indiscriminadamente em todas as células, sejam doentes ou saudáveis, ocasionando grandes danos às células normais do corpo. E, mesmo inibindo a expressão da Nrf-2 nos tumores, a ciclofosfamida (usada na dose de 100 mg/kg) ainda assim não foi mais eficiente do que o linalol nas 3 dosagens testadas (150, 200, 250mg/kg). Estas doses, apesar de altas, ainda estão extremamente abaixo da dose letal (DL50:>5 g/kg) em animais. E, apesar de todas as doses terem sido muito eficientes, a mais potente foi de 200mg/kg por peso corporal. Com isso observou-se que o efeito anti-tumoral do linalol não é dose-dependente, ou seja, excesso não faz diferença. A dose de 200mg/kg foi mais eficiente que a próxima dose mais alta, 250mg/kg e a menor de 150mg/kg por peso corporal.

Outro aspecto interessantíssimo é que o linalol, devido a uma indução seletiva por parte da Nrf-2, agiu diminuido a atividade das mais importantes enzimas antioxidantes celulares (catalase, super-óxido dismutase e glutationa) dentro dos tumores, enquanto nas células saudáveis, ele aumentou elas consideravelmente. Isso mostra que a indução genética destas enzimas por parte de moléculas de óleos essenciais é intermediada pela proteína Nrf-2.

Estes cientistas ficaram mais entusiasmados ainda ao descobrir que foi detectado linalol na dose de 102 ng/ml no serum do sangue após 18h de tratamento e dentro de tecidos tumorais na dose de 17.6438 ?g/gm de concentração ao final de 21 dias de experimento. Há relatos em vários lugares que, após a absorção, o linalol é metabolizado rapidamente. Ao avaliar o metabolismo do linalol através da enzima Citocromo P450, os cientistas identificaram vários metabólitos do linalol (8-hidroxi-Lin, 8-carboxi-Lin, piranoid-Lin óxido e furanoid-Lin óxido)dentro dos tumores, e pouco se estudou até hoje sobre a ação terapêutica destes metabólitos, apenas que eles são facilmente excretados na urina e bile, o que aqui notou-se o contrário dentro dos tumores.

Este estudo nos mostra algumas coisas novas e extremamente importantes para a área da Aromatologia e pesquisa dos óleos essenciais:

1. É possível que muitas moléculas de óleos essenciais ajam no câncer de maneira seletiva, como o linalol, causando efeito prooxidante/mortal em tumores e antioxidante/regenerativo de células saudáveis. Há fortes indícios que moléculas como o d-limoneno e o carvacrol também ajam da mesma maneira.
2. Diferente do que alguns pensam, que óleos essenciais anti-cancerígenos poderiam ser hepatotóxicos como os próprios quimioterápicos, devido ao fato de algumas moléculas de óleos essenciais agirem seletivamente modulando as proteínas Nrf-2 e a p21, eles podem promover ação hepatoprotetora e regenerativa em células saudáveis, fazendo efeito inverso em tumores. Isso não deve contudo ser considerado de forma generalizada.
3. Muitos óleos essenciais, no caso do exemplo do linalol do coentro, não prejudicam a quimioterapia, mas poderiam ser utilizados de forma somada, seja por inalação, massagem ou via oral por especialistas e médicos.
4. O tempo de atuação de componentes de óleos essenciais dentro de tumores pode ser muito maior do que imaginava-se. É possível que as enzimas metabólicas dentro de tumores funcionem de forma alterada, aumentando o tempo de ação de moléculas de óleos essenciais por mais tempo.
5. Infelizmente, descobertas incríveis como esta recebem pouca atenção pela indústria farmacêutica pois o óleo essencial de coentro não pode ser patenteado. Mas pode ser encontrado facilmente no mercado.

Ainda é importante destacar que o linalol do coentro é o isômero d-Linalol ou (S)-(+)-Linalol (dextrógiro) chamado de coriandrol. O linalol da lavanda é o isômero l-Linalol ou (R)-(–)-Linalol (levógiro), chamado de licareol. Esta diferença na estrutura destas moléculas poderia apresentar resultados diferentes.

Dica “complementar” da aromaterapia a pacientes com câncer: Utilizar em difusores de ambiente ou massagem (esta apenas se permitida pelo médico, devido a risco de metástase) os óleos de coentro sementes (Coriandrum sativum), orégano (Origanum vulgare), sucupira branca (Pterodon emarginatus) e laranja (CItrus aurantium), todos muito úteis na soma ao tratamento médico em uso pelo paciente e óleos com amplos estudos contra o câncer. Em difusores sugere-se 10-15 gotas no total, uso diário. Massagem, associação destes óleos em dosagem total de 5% (100 gotas de OE (variados) em 100ml de óleo base).

ATENÇÃO: Este é apenas um estudo avaliativo sobre uma pesquisa, não deve ser tomada como solução “milagrosa” para cura de doenças graves, como o câncer. A dica anterior é apenas algo complementar, não cura uma doença grave! Se você está doente, procure orientar-se com seu médico.

Autor:
Fábián László
Cientista aromatólogo

Referência do estudo citado: Jana S, et al. Antitumorigenic potential of linalool is accompanied by modulation of oxidative stress: an in vivo study in sarcoma-180 solid tumor model. Nutr Cancer. 2014;66(5):835-48.

Foto: http://blog.keithberr.com/2012/10/19/flashes-of-hope-2/

Você encontra óleo essencial de semente de coentro no Insituto de Estética Martha Mendonça

www.marthamendonca.com.br

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